posto 9, 21/10/2012 |
Mesmo sendo dia de final, atleticano que sou, preferi não assistir ao jogo na tv (faço de tudo para evitar o Luís Roberto). Estava no Rio, bem longe do Independência e, uma vez habitando o território rival, fiz o que as organizações Globo esperam do comportamento carioca em um domingo de sol: fui à praia. Na noite anterior, a partida já era vivida na esquina da minha casa, no Maracanã, quando a Força Flu fazia concentração na madrugada de sábado para domingo. Eles iriam ao jogo ver o meu time ganhar, naquele instante sob chuva torrencial, pedi um mate (sou mesmo carioca) e fui pra casa.
Na praia, contava com a ajuda de dois flamenguistas para torcer. No rádio, Garotinho e Gérson puxavam sardinha para o tricolor, o que deixava a minha raiva ainda mais arisca. Aos gols de Jô, dei um mergulho no mar, e voltei para a cadeira a fim de acompanhar o apito final. Fred. Tensão. E então, aconteceu a coisa mais incrível do ano. Em meio a bundas e baseados do Coqueirão, Ronaldinho levantava uma bola heroica acompanhando com exatidão as passadas largas de Leo Silva. Foi aí que o mar virou sertão.
Saindo da praia, ao estranhar a excentricidade de um atleticano no pós-banho de Ipanema, um dos banhistas veio falar comigo:
— Porra! Que vitória do Atlético Mineiro!
— Vitória do Galo. Chama a gente de Galo.
E subi a Vinícius.