terça-feira, 26 de junho de 2012

quem tem medo do Boca?

Eles têm Riquelme. Eles jogam numa caixa de bombons. Eles sabem jogar fora de casa. Eles são argentinos: ‘Quem não tem medo do Boca?’ tem o mesmo peso da pergunta ‘Por que sempre o Boca?’ Buenos Aires, se brasileira, não seria maior que Porto Alegre ou Belo Horizonte; porém, tanto culturalmente quanto os times de futebol – e basquete, vá lá – que encampam por lá parecem ter mesmo a fantasmagórica tradição de tornar aquele sotaque a língua heroica dos antigos desbravadores do rio da Prata.

Na literatura, Buenos Aires habitualmente é um idílico porto onde aventureiros latino-americanos parecem encontrar sua meca. A argentina é muito mais referência para o restante da América do Sul que o próprio Brasil, cuja unicidade como nação é uma mentira militar. A Argentina é Buenos Aires. São Paulo não é o Brasil.

O Boca é o time sul-americano mais temido, provavelmente todos concordam com isso. Não lembramos de Flamengo, Corinthians, River Plate ou até mesmo o Estudiantes quando o que vem a cabeça é  a Libertadores. Todos são vitoriosos, times que colecionam títulos – ou para o nosso fervor caudilhista, times que os europeus reconhecem – mas porque o Boca é diferente? Por que todos comentam da Bambonera como maior que o Maracanã? Por que todos dizem que a 12 é um motor?

Certa vez eu estava em Valparaíso e fiquei abismado a ver muita gente reunida em um bar para ver o Boca ser campeão do Apertura 2011, com Riquelme entrando no segundo tempo para delírio dos povos argentino e chileno. Perguntei se eles sempre viam o campeonato argentino e eles disseram que sim, é o melhor. Passa na tv aberta. E o Brasileirão? Apenas os gols, um deles me respondeu. Me perguntaram sobre Neymar e eu disse que será um dos maiores do mundo mas eles estavam mesmo envolvidos com o sucesso da La U, que jogaria naquelas semanas a final da Sul Americana, para desespero de torcedores do Colo Colo e Universidad Católica.

Eles preferem ver o Boca jogar. E eu também. O medo vem daí.


Em 1991, Corinthians e Boca se enfrentaram pela Libertadores Libertadores Placar

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sai zica!


a coxinha que falta na padoca


Vixe mano, tá foda de acredita.Faltava um minuto, nóis tava no ataque e parecia que aquilo era uma partida de play2 na lan de São Matheus.  A única que tinha uma pá de ano atrás, quando sempre nos caia pros porco. Só que tinha toda a zica da torcida. Cê olhava pro lado e memo que o bagulho teja caro, cheio de bacana, era tudo sofredor. No estádio anunciava que o coxa tinha ganhado e ninguém ligava. Nem gritava, era choro, alívio, redenção. Tava todo mundo jurando por dentro que se nada mudasse naqueles 60 segundo, a gente ia ficar pianinho. Nem ia ri das sardinhas ou seca a porcada na final. Futebol é doido, só parece pra quem nunca foi no estádio, nunca teve time ou torce pro são Paulo. Eu sabia que não tinha um deles vendo o jogo deles. Tava tudo secando nóis. Tipo tiazinha que fica reparando e olhando feio pros maloqueiro do avião, ao invés de curtia briza e o bauduco das aeromoça.

O santos sempre foi encardido nossa grande treta, desde que a Parmalat deixou de existir. Sempre vem com um qualquer ou outro cheio das graça e acaba com a gente. Faz uns cinqüenta ano que é assim. Fazia. Ou faria depois desses trinta segundos. O Leo, um baixinho calvo, meio barrigudo típico tiozinho, - tipo o cara que mando pra antiga FEBEM anos atrás - odeio essa gente. Agora ele dava chilique, o bunda cinza da depe da Efigênia aposto que também e a mulecada da Casa deve ta tudo cantando “O santos é o time da piada, o santos é o time do meu vô”.

Num tem mais jeito é nois. Invadimo a praia, vamo joga com Boca, como nas libertadores da Lan de São Matheus. Sem essa de fazer final com fluminense, ou com LDU. Libertadores com pacote completo. Só zica, tipo o neymar. Que é bom, mas dá licença. O que  ele tem de ano, nóis tem o dobro de fila e nunca dissemo que a gente era melhor que ninguém. Agora no quesito comê grama, ninguém bate a gente.

Meu patrão que me desculpe mas fumei um du bão, pra escreve isso aqui e parei na padoca pra amenizar a briza. Rebati a onda cuma canoinha e um pigado, que hoje é dia 21 e recebi ontem. Você chega com o pé quebrado, na miúda e trampa de boy. Quieto, sem um piu. Se fosse de outro time já tinha apelado pro INSS ou pro sindicato. Mas aqui não. Aqui é curintia.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Meu ouro não será tua herança





Tivesse eu vinte anos, moicanos e uma habilidade e velocidade com os pés compatíveis com as que tenho com o copo – modéstia é pro sóbrios – diria o titulo deste post em letras garrafais pro seu Marin, presidente da CBF.

Depois correria do homem, como fazia com meu avô já caquético com uma devida dose de sadismo e paradinhas pra dançar thcumtchumtcha, quando a dianteira fosse grande.

Pois até os rojões da praia do Gonzaga sabem  que a obsessão do CACHOEIRA-MOR com o ouro olímpico, passa pelos botões dourados da manga de seu terno londrino. E mesmo contrariando o Millôr devo argumentar que uma imagem vale mais que mil palavras.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Botafogo desiste de Seedorf e se concentra em Shev


O mercado virtual está aquecido no Botafogo


GENERAL SEVERIANO – O presidente do Botafogo, Maurício Assunção, disse em comunicado à imprensa que o que o Botafogo precisa é de alguém que saiba virar os jogos. Como a contratação de Messi é bastante impossível, Assunção começou a cogitar Shevchenko para assumir um posto no time titular do Botafogo.

– Estava almoçando na churrascaria nova do Mourisco quando fui surpreendido por um atacante que virou um jogo. Todo mundo está vendo, o futebol de hoje é vencido por quem sabe virar os jogos – analisou o cartola.

Se a contratação for concretizada, Assunção entrará com recurso na CBF pedindo para que sejam rejogadas as partidas contra Cruzeiro e Náutico.

– Acho justo. Entramos com problemas psicológicos no time. Esse ucraniano chega para equilibrar as coisas.

Agora o problema é saber se a Anvisa liberará a entrada de Shev no país pelo dopping recente em que o jogador foi submetido. Com a falência do bloco soviético, é cada vez mais comum jogadores mutantes, culpa da exposição ao arsenal atômico em frangalhos.

– Eles esticam a carreira por muitos anos e acabam sendo sucesso em games de computador e Playstation 3. Isso pode ajudar o nosso torcedor a voltar a ter ídolos como na época do  Lúcio Flávio – finalizou.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

o pente


"Sou Estrela Vermelha"

Em 2008, quando o Galo fez 100 anos, o presidente Kalil prometeu de presente pra torcida um camisa 10: Pet. O gringo até que fez bons jogos, mas o time do Galo era tão ruim que qualquer boa atuação individual era rapidamente abafada. O galo rescindiu com o Pet no início de 2009. No mesmo ano, cobrando uma dívida do Flamengo, Pet conseguiu entrar pela porta dos fundos da Gávea para dali a poucos meses levantar o título de campeão brasileiro de 2009, ao lado de Adriano, com direito a uma das “finais” justamente contra o Atlético, no Mineirão, com o Flamengo abrindo placar com um gol olímpico do gringo. Pet se tornou o cara da camisa 43.

Bem, Ronaldinho, agora é contigo (a gente sabe que pra quem bebe, é preciso mais de duas chances).

sexta-feira, 1 de junho de 2012

de tanto levar flechada do teu olhar


não tem mais onde furar

Os gambás, como o Neto inquietantemente não nos deixa esquecer, lamentam arduamente nunca terem conquistado o tal título da Libertadores -- tida esta como a grande honraria que um clube brasileiro pode conquistar, em médias palavras. Na próxima semana o Corinthians de ______ vai enfrentar o Santos de Neymar pelas semifinais. Atordoem-se, ó famigerados motoboys da Paulista, ó grandes publicitários desta nação, ó grandes cronistas do futebol de televisão, com a série de punições que se segue.

João Martins aceitou a odorosa tarefa de enchafurdar-se em meio ao lixo dos gambás. Em plena marginal, especialmente para o Bola, em troca de três garrafas de Domeq e dois maços de cigarro peruano, doou duas noites mal-dormidas para liderar a equipe de memória do esporte em um árduo levantamento. Está constatado que, apesar de tanto reclamar, o Coringão é quase sempre eliminado por times brasileiros na Libertadores. Ou seja, a zona leste passa mesmo mal é em casa. Não há Pacaembu que salve.

O site da Conmebol atesta. Em 1977 e 1991, ainda com o Carandiru em funcionamento, o Timão foi eliminado na primeira fase, sendo que os jogos que decretaram o fim foram conta Internacional e Flamengo, respectivamente. Em 1996, o Grêmio. Em 1999 e 2000, as penas máximas, o Palmeiras freou a galera da Cohab nas quartas e, depois, na semi. A exceção, o River Plate em 2003 e 2006, um time, digamos, menos copeiro.

Por coincidência, em 2000 o Palmeiras era o atual campeão e o Corinthians havia eliminado o Galo nas quartas; o Galo foi vice-campeão no Brasileiro do ano anterior, história que se repete agora: após eliminar o Vasco, o vice de 2011, o Timão pega o Santos, atual campeão da América. 

Sei não. Casão, acho que vai dar bode.