quinta-feira, 19 de julho de 2012

Triste Buenos


me tirem daqui

Riquelme disse que não joga mais pelo Boca porque jogar pela metade não vale a pena. Ninguém sabe o que isso quer dizer. Maradona o chamou de traidor e uma série de clubes brasileiros não querem Riquelme, como Corinthians e Grêmio. Como isso é possível?

Román é o maior jogador de futebol em atuação na América. Chegou a mais uma final de Libertadores sendo líder e destaque do time. Perdeu. Os grandes caem porque a bola pune. No entanto, a melancolia da negociação que se arrasta sobre sua saída é mais uma mancha que os cartolas vão imprimindo no rosto de Riquelme. Não se faz isso com gênios.

O Flamengo parece estar perto. Jogar em meio à fanfarronice do Rio de Janeiro não trará de volta a metade que falta a Riquelme. Triste Buenos Aires, tão dessemelhante. Porém, é isto a vida e é este o novo Brasil, uma putinha de luxo que se presta a qualquer cafetão barato. Os salários em reais de Riquelme poderá nos fazer felizes, ao Boca, aquele abraço.

Jogue no Brasil. Seja eterno.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Para que espinafre, quando se tem Habibbs



Você aí deve estar pernguntando cadê a redação desse blog. Depois de algumas linhas – muito bem – ditas sobre a perda do cabaço do alvinegro paulistano, o silêncio passou a reinar na casamata. O Coritiba foi assaltado, Valdívia fez M., Felipão culpou a imprensa, Loco abreu mudou de praia, Seedão chegou e ninguém fala nada?

Calma, seguindo o exemplo de uma publicação aí, que espalhou o time de geral,  nós resolvemos ao melhor estilo “salsa y merengue, maria” sair do armário. Todo mundo nessa porra é St Pauli. E se o Botafogo apresentou um holandês, nosso estimado clube alemão apresentou um marroquino. Até segunda ordem ninguém trabalha. É preciso apurar se ele é bom.

Saudações,
Até a úuuuultima…

quinta-feira, 5 de julho de 2012

nada muda, timão


compromisso

O futebol tem pouco tabus. Porque o time mais popular do Brasil demorou tanto para ser campeão da Libertadores é um desses temas. Neste país, entre o calor do trópicos e das obsessões morais, ter esse título é prerrogativa para que um clube de futebol seja respeitado. O Corinthians nunca precisou disso. Não apenas pelo número de títulos nacionais que já compõe o brasão, mas pela pequena e teimosa necessidade de afirmar a identidade vencedora através do que unicamente ela se constitui: na vitória. E a tal coisa absurdamente avassaladora e memorável que aconteceu no quatro de julho corintiano faz a glória maior? Não. O Corinthians esperou demais e quem espera demais caleja o paladar para o saboroso gosto do repente. O tempo de o Corinthians conquistar esse título já passou. Não era para o Emerson Sheik, tri-campeão brasileiro em sequencia por três times diferentes e agora campeão da América, e um menino que acabou de ser contratado serem os autores dos gols que garantiram o título. Tite, que já passou por tantos e inúmeros insucessos, aparece com o macacão de peão para tirar fotos junto aos trabalhadores do Itaquerão, não, ele nem se parece com um líder corintiano. Não era o momento de o Corinthians ser campeão justamente porque o Corinthians já era campeão há muito tempo. Só faltava levantar a taça, vencer o Vasco, o Santos e o Boca – todos já vencedores do torneio –, e poder imprimir no peito a tal estrela de campeão da Libertadores. Esse título já estava manjado. Não adiantou secar. Ele já estava subliminar à história dos gambás. O Corinthians sempre esteve entre os maiores times da América, e deveria até mesmo ter sido melhor morrer sem o aval da Conmebol, da Rede Globo, do eterno presidente Lula. Às vezes, diriam todos os corintianos que já se foram, vale mais a chama de um sonho a se alcançar do que a própria conquista. Os manos não precisam dessa taça. O Corinthians de hoje acordou o mesmo. Tomou café e pão com manteiga. Pegou horas no trânsito para chegar ao trabalho e vai dormir feliz. Nada muda, Corinthians, ao menos que queira mesmo estender ao próximo um pequeno quilate do tamanho de sua vaidade. Nada muda.

Feliz Libertadores e destruam o Chelsea.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cemitérios de Elefantes


os incompreendidos


Há coisas que só acontecem ao Botafogo é um daqueles ditados com tanta credibilidade quanto as frases da Veja. Deve ter sido dito por um daqueles cronistas esportivos que nunca calejou a cutícula no cimento áspero do futebol de rua. Se tem uma coisa que sempre aconteceu ao botafogo, foi a incompreensão. A solução que o botafogo  - ou melhor sua diretoria – arrumou? Comprar jornal para os outros lerem.

Primeiro foi o Engenhão. Sabe aquele sujeito maldito pelas costas, que larga seu bem remunerado emprego no Rio ou em São Paulo e para viver numa tribo Daime no Acre? Assim, era visto o glorioso anos atrás. Um ser que foi, mas tava longe de ser – isso, claro, na visão dos outros. Pois bem, de repente o sujeito, vende até a alma pra comprar uma cobertura em Copacabana. Na verdade ganha-se, mas sabe-se que não se pode pagar nem a água da piscina, só que a sociedade  - essa esquizofrênica  - acha lindo.

Depois compra-se uma Mercedes (modelo de dez anos atrás é verdade) para fazer justiça  - no critério dos outros – ao seu novo imóvel. E é claro que eu to falando do Seedorf. Hoje, o botafogo tem dois elefantes - um branco e um preto - , um sorriso sínico, e uma grande aceitação. Aceitação mais recheada de incompreensão do que a piada da linha de cima.